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Basta a temperatura cair para a queixa recomeçar: "Mãe, meu ouvido está doendo". Incômoda, a dor de ouvido é apenas um dos sintomas da otite, um problema comum entre as crianças e que também acompanha muita gente ao longo da vida adulta. Quando não tratada, a otite pode evoluir para quadros de infecção e até surdez. Por isso, é importantíssimo estar de ouvidos bem abertos para a prevenção.

Dor de inverno

Não há quem tenha passado pela infância sem pelo menos um quadro de otite. Nesta época do ano e até o primeiro ano de idade, a otite média aguda (OMA) é a mais comum e também uma das que mais preocupa as mães. Sem outra forma de comunicação, os bebês expressam a dor da maneira que podem: com muito choro. Portanto, evitar o problema e identificar os sintomas da OMA ainda é a melhor solução.

Causa e consequência

As otites são conseqüências do crescente número de infecções das vias aéreas superiores. Tudo causado pelas características da estação. Inversões térmicas, aumento da umidade climática e ambientes confinados favorecem proliferação viral, fúngica e bacteriana. A infecção provoca alterações no funcionamento da tuba auditiva, o que leva à aspiração de secreções das vias respiratórias para a orelha média. Apesar de ser mais comum entre os 6 e 12 meses de idade, pode ocorrer também em crianças maiores, adolescentes e adultos. Mas com o amadurecimento imunológico a incidência dessas infecções diminui.

Com sintomas pouco específicos, como febre, irritabilidade e falta de apetite, a otite média é de difícil diagnóstico para os pais. Portanto, o melhor a fazer é procurar um médico. Apesar de a dor de ouvido ser o sintoma mais comum, em alguns casos ocorre a saída de secreção. Esta secreção, quando fica retida na orelha média, dificulta a transmissão do som. Isso pode gerar distúrbios de audição, de grau leve a moderado. Então, não descuide. Por menor que seja, um problema de audição na infância interfere no entendimento da fala. Isso gera dificuldades de aquisição de linguagem e aprendizagem da criança, acrescenta a médica. A melhor prevenção é manter os pequenos afastados de possíveis focos de infecções respiratórias. Não exponha a criança ao contato de pessoas resfriadas, até em creches e berçários.

Evite também o tabagismo passivo, pois a fumaça do cigarro causa danos à defesa imunológica do trato respiratório. Além disso, na hora de amamentar, preste atenção à posição da criança. Ela não deve estar deitada, o que aumenta a chance de refluxo de leite e secreções para a orelha média. O ideal é incliná-la. A posição errada durante a amamentação é mesmo uma das principais causas de otite em bebês.