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Alergia e sono: uma relação nem sempre harmoniosa

Dormir é uma necessidade básica do ser humano, tão importante quanto comer e beber. O sono é fundamental para o descanso físico e mental. Além disso, é enquanto dormimos que o organismo produz hormônios importantes para sua manutenção, repara órgãos vitais, renova células, entre outros processos fundamentais para nossa qualidade de vida.

Dormir deve ser uma atitude natural, a fim de que o sono seja profundo e reparador. Uma noite mal dormida pode trazer conseqüências imediatas: o mau humor e a irritação se instalam; a capacidade de concentração e o rendimento no trabalho ou na escola se reduzem de forma significativa.

Infelizmente, algumas doenças alérgicas, em especial a asma e a rinite, tendem a piorar à noite e a perturbar o sono. Acordar tossindo ou com falta de ar pode incomodar muita gente, em qualquer idade. Por isso, é importante chamar a atenção para os fatores que influenciam na piora noturna das doenças alérgicas, para que se possa controlá-los, garantindo um sono tranqüilo e reparador. São eles:

1- Fatores relacionados ao ambiente
2- Fatores relacionados à doença
3- Fatores relacionados aos medicamentos
4- Fatores relacionados à pessoa

1- Fatores relacionados ao ambiente
Uma das principais causas de alergia respiratória são os ácaros, seres microscópicos que habitam a poeira das casas. Estes insetos pertencentes à família de aracnídeos se alimentam preferencialmente de descamação da pele e se reproduzem de forma muito rápida. Assim, em pouco tempo, geram milhares, milhões de novos ácaros que habitam em especial os colchões, travesseiros, tapetes, etc. Estes ácaros liberam nas fezes (chamadas bolotas fecais) uma proteína que quando inalada por pessoas susceptíveis, gera a doença alérgica. Por isso, os cuidados ambientais devem se concentrar em especial no quarto, nas camas, estofados, tapetes e cortinas. A presença de animais domésticos (gatos e cães) agrava o problema, em especial quando permanecem nos quartos ou dormem nas camas junto aos seus donos. O cigarro também é um importante fator irritante para as vias respiratórias, podendo precipitar a asma e outras alergias.

2- Fatores relacionados às doenças alérgicas
Rinite Alérgica: manifesta-se por crises de espirros em salva, coriza abundante, coceira e obstrução nasal. A rinite pode ocasionar a chamada Respiração Bucal, ou seja, a pessoa procura compensar a obstrução nasal respirando com a boca aberta (ou semi-aberta), resultando em noites mal dormidas. O resultado é o reflexo no rendimento no trabalho e nas aulas, prejudicando a concentração e o aprendizado. O estreitamento das vias respiratórias nasais também pode provocar roncos noturnos, em função da sobrecarga respiratória. Cita-se ainda a apnéia do sono, ou seja, a interrupção da respiração por alguns segundos durante o sono.


Asma: pode se manifestar de maneira variada, desde sintomas leves e quase imperceptíveis até crises intensas e graves. Sabe-se que algumas pessoas apresentam uma variação noturna da asma mas em muitos casos os sintomas podem indicar uma doença mal controlada. O resultado é o prejuízo do sono e do rendimento das atividades durante o dia.


Tosse noturna: manifesta-se por tosse irritativa, em acessos e com piora noturna, podendo se tornar intensa e prejudicar sobremaneira o repouso. As causas mais comuns de tosse noturna são: rinite alérgica, sinusite, asma, refluxo gastro-esofágico ou por fatores irritantes, como por exemplo a fumaça do cigarro.


Alergias da pele: uma doença alérgica cutânea como por exemplo a dermatite atópica ou uma urticária, pode se acompanhar de coceira intensa e interferir no sono. Se a pessoa passa a noite se coçando, ficará sonolenta, cansada, desatenta no dia seguinte, prejudicando seu desempenho no trabalho ou na escola. Alergias alimentares em alguns casos podem piorar à noite.


3- Fatores relacionados aos medicamentos
É sabido que alguns medicamentos usados no tratamento de doenças respiratórias podem ter efeitos colaterais que interferem no sono. Alguns tipos de antihistamínicos (antialérgicos), em especial os mais antigos, chamados de primeira geração, podem ocasionar sonolência. Outros, associados a um descongestionante (como por exemplo, a pseudoefedrina), podem ao contrário, provocar agitação e insônia. A cortisona usada por via sistêmica (em forma de comprimidos, xaropes ou injeções) pode provocar agitação e insônia em algumas pessoas. Este efeito não é observado nas formas inaladas para tratamento da asma e da rinite a longo prazo.

É importante ressaltar que não existe uma regra e que os efeitos colaterais dos medicamentos se manifestam de forma absolutamente individual. Por isso, alguns medicamentos provocam sono em algumas pessoas mas não o fazem em outras. O melhor caminho é conversar com o médico a fim de que ele escolha o melhor fármaco para cada caso.


4- Fatores relacionados à pessoa
Além das doenças alérgicas propriamente ditas, a pessoa pode ser portadora de outros problemas de saúde que poderão interferir no controle da alergia e na qualidade de sono. Um exemplo é o refluxo gastro-esofágico, que pode ocorrer em crianças e adultos (ver matéria neste blog). Da mesma forma, hábitos errados, como por exemplo a mamada noturna com a criança deitada e dormindo podem exacerbar a tosse e interferir no sono. O tabagismo é um fator de piora, tanto para o fumante como para os que habitam na mesma casa.

Como combater?


Cuide bem do seu quarto:
-Limpe diariamente com pano úmido. Não use produtos com cheiro ativo.
-Os móveis devem ser lisos, sem detalhes que acumulem o pó. Evite camas do tipo “baú”, com
gavetões, prateleiras ou do tipo “beliche”.
-Tire o excesso de objetos, brinquedos de pelúcia, papéis, em especial embaixo de camas ou
sobre os armários.
- Encape travesseiros e colchões com capas impermeáveis, adquiridas em lojas especializadas em produtos para alérgicos. Estas capas podem ser confeccionadas com plástico tipo napa.
Coloque os colchões e travesseiros ao sol sempre que possível.
- Troque travesseiros periodicamente. Evite modelos com penas ou painas.
- Prefira edredons ao invés de cobertores de lã.
- Evite excesso de almofadas e objetos em cima da cama.
- Não deixe que os animais de estimação entrem no seu quarto ou subam nas camas. Se optar por afastar o animal de sua casa, saiba que seu efeito, isto é, a capacidade de provocação alérgica permanece por cerca de 6 a 8 meses. Por isso, a melhora pode não ser imediata.


Dicas pessoais:
- Converse com seu médico: aprenda sobre sua doença, sobre os remédios e efeitos colaterais.
- Não deixe de usar a medicação mesmo que esteja bem.
- Trate dos sintomas nasais, em especial a obstrução nasal.
- Pratique atividades físicas, caminhe regularmente.
- Não fume e não permita que fumem em sua casa.


Dicas para dormir bem:
- Estabeleça horários regulares para ir se deitar.
- Procure relaxar, ouvir música, ler e se desligar dos problemas de trabalho à noite.
-Modifique seus hábitos alimentares: coma pouco à noite. Evite tomar café, chá ou refrigerante.
- Não deite após refeições.
- Torne seu quarto um local agradável: evite TV, barulho ou distração dentro do quarto
- Escolha colchão e travesseiro adequados e conserve-os bem.





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