Trata-se de uma doença intestinal causada por alergia a alguma proteína da dieta, em geral do leite de vaca ou da soja, que ocorre especialmente em crianças pequenas. Pode iniciar até mesmo no 2º mês de vida em bebês que são alimentados exclusivamente com o leite materno. Frações de proteínas do leite de vaca da dieta materna são detectadas no leite humano e podem sensibilizar o lactente. Entretanto, em geral, os sintomas iniciam logo após o desmame. As crianças podem apresentar vômitos, diarréia, cólicas, pequena perda de sangue nas fezes, que raramente causa anemia, e dificuldade para ganhar peso e estatura. Além dos alimentos citados, outros, como ovo, arroz, aveia e aves domésticas podem ser responsabilizados.
O diagnóstico é obtido através do desaparecimento dos sinais clínicos após a eliminação da proteína alimentar causal da dieta. A reintrodução do alimento leva ao reaparecimento dos sintomas dentro de algumas horas ou dias.Não há melhor teste diagnóstico do que esse.
O exame endoscópico pode mostrar a inflamação e as erosões na mucosa, com sangramento. A biópsia revela infiltração eosinofílica, que é característica da doença alérgica intestinal. Os testes cutâneos (prick teste) e o RAST são caracteristicamente negativos. Não há referências na literatura da indicação de outros testes diagnósticos.
O tratamento consiste, portanto, na retirada completa do alimento envolvido da dieta, levando a uma melhora dos sintomas em poucos dias (2-3). Entretanto, a resolução das lesões intestinais só ocorre após um mês ou mais do início da exclusão apropriada do alimento causal.
A maioria das crianças melhora da alergia alimentar após os 2-3 anos de vida, porém algumas mantêm a hipersensibilidade ao longo da infância.
Link: http://www.asbai.org.br/secao.asp?s=81&id=312