A pele é um órgão extenso do corpo humano tendo impacto direto com o meio ambiente e apresentando funções de proteção e manutenção da temperatura corporal, entre outras. Como órgão de defesa reage estimulando o sistema imunológico, estabelecendo a produção de anticorpos que protegem contra agentes infecciosos, mas também podem ser formados contra substâncias comuns do ambiente, vindo então a causar alergias. As alergias de pele nas crianças acometem indistintamente sexos e raças. Por ocasionar erupções, manchas e intensa coceira na pele, comprometem a qualidade de vida da criança, especialmente por interferirem com o sono e pela aparência da pele comprometida. Uma criança que não dorme bem e passa a noite se coçando, ficará sonolenta, cansada no dia seguinte e com mau humor. É natural que nestas circunstâncias o desempenho escolar não seja o ideal.
Os primeiros fatores desencadeantes do eczema infantil são os alimentos introduzidos na dieta da criança. O leite materno é o alimento ideal nos primeiros meses de vida, mas com a introdução de outros alimentos, como por exemplo, o leite de vaca, agrega-se o primeiro fator desencadeante da reação cutânea, pela alergia alimentar. Os fatores emocionais não são a causa do eczema, mas podem funcionar como um agravante.
As doenças alérgicas são doenças genéticas, cujos genes e transmissão não estão bem conhecidos. Pais alérgicos têm grande chance de terem filhos alérgicos, em especial quando a mãe é alérgica. Se ambos o são, a chance é de 80% de ter um filho alérgico. As manifestações se iniciam na infância em decorrência da exposição e contato com substâncias que incitam a reação alérgica.
O eczema está associado com o surgimento de doenças alérgicas respiratórias, como a rinite e a asma. Quando o eczema persiste no asmático, este tem uma forma mais grave de asma. A pele é o primeiro órgão a reagir, funcionando como uma porta para alérgenos (partículas que causam a alergia) iniciando um processo que se estende pelo sangue a outros órgãos, como nariz e pulmões.
O uso de corticóides nas doenças alérgicas é feito com critério e cuidado para evitar efeitos colaterais com este tipo de medicamento. A pele pode absorver parte do medicamento e com isto resultar em efeitos sistêmicos em outros locais do organismo. Uso freqüente e de formulações mais fortes, pode ocasionar, por exemplo, o aparecimento de estrias e atrofia da pele. A pele da criança é mais suscetível à ação dos corticóides. Algumas regiões da pele também estão mais sujeitas a absorção do produto, como virilhas e axilas. Na face o cuidado é ainda maior, para não causar atrofia da pele.
Como princípio básico do tratamento, o paciente deve evitar ou diminuir a exposição àquilo que provoca a alergia. O médico ajuda na identificação destes fatores e indica os meios para evitar o contato com os agentes que causam a alergia. No manejo da dermatite atópica é importante controlar a exposição a alérgenos no ambiente domiciliar; estabelecer dieta excluindo alimentos em certas situações; banhos rápidos e com água morna; aplicar hidratantes na pele; usar antialérgicos para diminuir a coceira e medicamentos tópicos para controlar a inflamação alérgica da pele. Estes recursos podem fornecer o controle básico para o eczema infantil.
A padronização se faz através de diretrizes estabelecidas por evidências científicas. As recomendações em documentos redigidos por especialistas são guias úteis para os médicos em condutas uniformizadas para o tratamento.
Link: http://www.asbai.org.br/secao.asp?s=81&id=309