Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia ? ASBAI, a imunoterapia com alérgenos, também chamada de vacina para alergia, é uma forma de tratamento utilizada há mais de 50 anos com o objetivo de diminuir a sensibilidade de pessoas que se tornaram alérgicas a determinadas substâncias. O tratamento consiste na aplicação de alérgeno ao qual o paciente é sensível em doses crescentes por um período de tempo que é variável (3 a 5 anos). A imunoterrapia induz uma série de alterações na resposta imune que estão associadas à melhora clínica.
A Organização Mundial de Saúde recomenda a imunoterapia como uma forma de tratamento comprovadamente eficaz nas doenças alérgicas mediadas pela IgE (anticorpo responsável pela reação alérgica).
O primeiro passo é ir ao alergologista, médico especialista em alergias. Através do exame clínico e, se necessário do teste alérgico, o médico saberá a que você é alérgico e o quanto você é sensível.
Usando os resultados dos exames e o seu histórico, o alergologista indicará que vacina será usada no tratamento. Como a maioria das pessoas alérgicas reage adversamente a muitos alérgenos, pode-se usar uma vacina combinada, ou seja, composta de vários extratos.
Do que é feita a vacina?
A vacina hipossensibilizante é composta pelas mesmas substâncias que causam alergia, como polens, vegetais, poeira e ácaros. As vacinas podem ser compostas para atender às características individuais (mais de uma alergia). Para isso elas são produzidas em seis séries. Quanto maior a série, menos diluído o alérgeno é. Isso é feito para que seu organismo crie imunidade. É como pegar sol: temos que ir devagar para não agredir a pele. O seu organismo terá que ir se acostumando aos poucos com a substância recebida.
Como você pode observar no esquema de diluição abaixo, há muita diferença entre a primeira e a quinta série. O alérgenos da primeira série é diluído 100.000 vezes enquanto o da quinta, apenas 50.
1/1000000 (especial)
1/100000 (1º série)
1/10000 (2º série)
1/1000 (3º série)
1/100 (4º série)
1/50 (5º série)
A vacina é indicada para mim?
A vacina busca aumentar a resistência às doenças alérgicas mediadas por IgE, especialmente de origem inalatória como asma, bronquite, rinite e conjuntivite, em pacientes cujas histórias e exames alergológicos indicam que sintomas alérgicos são desencadeados pela exposição natural a alérgenos ambientais não humanos. Porém, só o médico alergologista pode avaliar a necessidade do tratamento.
Como é feita a aplicação da vacina?
Geralmente são aplicações subcutâneas (sob a pele) ou orais. No caso das aplicações subcutâneas o paciente deverá ir à clínica para receber cada dose nos intervalos de tempo prescrito pelo médico (por semana, por quinzena, etc). A vacina é aplicada 3 cm acima do cotovelo, para evitar dor. Há ainda a vacina oral, usada em crianças pequenas. Caso a vacina seja oral, o paciente poderá fazer sua administração em casa.
Como conservar sua vacina:
Após o diagnóstico e a prescrição, o paciente comprará a vacina e a levará para casa em um recipiente térmico. É importante salientar que a vacina deverá ficar na geladeira, mas não poderá ocorrer congelamento da mesma. O paciente levará um frasco que servirá para a série, ou um período da mesma.
Nos dias de aplicação o paciente deverá se dirigir à clínica com o frasco da vacina no mesmo recipiente.
Reações
Como todo tratamento, o paciente pode ter diversas reações, desde locais à sistêmicas. Mas isso não deve ser um motivo para desistir ou abandonar o tratamento. Algumas trazem apenas pequenos desconfortos ao paciente, como as reações locais que provocam vermelhidão no local da aplicação e o aparecimento de pequenos nódulos.
Prevenção
Apesar de existir tratamentos para alergia, o alérgico deve manter alguns cuidados para prevenir reações e crises:
Não usar tecidos ou objetos que estão guardados há muito tempo antes de lavá-los;
Trocar os lençóis uma vez na semana;
Evitar mudanças bruscas de temperatura;
Evitar ambientes empoeirados;
Não permitir que as crianças alérgicas brinquem em tapetes;
Evitar ambientes úmidos;
Não fumar;
Usar travesseiro antialérgico de vinil ou poliéster;
Evite criar animais domésticos por causa do pêlo;
Evitar cheiros fortes de desinfetantes, água sanitária, fumaças e gasolina, além de fumaça de cigarro.
Fonte: Tudo Sobre Alergia