A A escola, nos dias atuais, pode ser considerada como uma extensão do lar, já que por motivos diversos a criança inicia sua vida escolar cada vez mais cedo, lá passando grande parte do seu dia. É na escola que a criança se sociabiliza através do relacionamento com os professores e colegas.
A asma, da mesma maneira que outras doenças infantis, é capaz de afetar a criança não apenas em casa, mas também no ambiente escolar, podendo provocar reflexos na sua relação com os colegas e professores. A equipe escolar por sua vez, nem sempre está preparada para lidar com essas situações, o que pode resultar em problemas na relação com o aluno.
É fundamental que pais e professores estejam atentos e orientados corretamente sobre a asma para que a criança não enxergue a doença como um problema a ser superado em sua iniciação social e para que se possa obter uma melhor qualidade de vida ao asmático.
O papel da escola
A integração entre a escola , a família e o aluno portador de asma é importante: - É preciso estabelecer um diálogo com a família e o médico para que seja possível colocar em prática os cuidados necessários
- O aluno asmático não pode ser visto como "diferente", nem necessita mimos especiais: as situações específicas deverão ser discutidas com a família
- No ato da matrícula, deverá ser feita uma ficha com os dados complementares da criança
- A escola não pode substituir o papel da família no tratamento da asma, mas é preciso que a equipe escolar tenha conhecimento correto do problema para que possa atuar em sintonia com a família: a falta do conhecimento sobre os sintomas pode levar ao não reconhecimento de uma crise e provocar situações conflitantes.
Como atuar no caso de uma crise no horário escolar:
- Levar o aluno para um lugar calmo, e procurar tranquilizá-lo.
- Se possível, inicie uma medicação, que pode ser uma nebulização ou aerossol com espaçador em dose previamente orientado pelo médico.
- Averiguar se houve algum motivo para a crise e afastá-lo, se possível.
- Se a escola puder dispor de um aparelho portátil para medida do sopro ("Peak Flow") pode ser de grande ajuda na avaliação da intensidade da crise.
- Entrar em contato com a família do aluno para comunicar a situação e receber novas instruções.
Aulas de educação física
A participação nas aulas de educação física e nas atividades esportivas é de grande importância para a integração da criança e do adolescente em seu meio. Se a asma está bem controlada, a criança pode perfeitamente participar das atividades de educação física. Uma parcela de asmáticos apresenta a chamada asma causada pelo exercício físico. Nesses casos, pode ocorrer uma crise provocada por determinados tipos de exercícios físicos. Em alguns casos, será necessário o uso de uma medicação antes de realizá-los, desde que isto não se transforme em uma situação embaraçosa para a criança. Em outros, pode-se escolher uma modalidade esportiva ao qual a criança se adapte melhor.
A natação é um exercício físico geralmente bem tolerado pelo adolescente asmático enquanto a corrida extenuante pode levar ao broncoespasmo por exercício. Recomenda-se que cada caso seja resolvido individualmente, de acordo com as necessidades de cada criança.
Cuidados ambientais na escola:
- A limpeza das dependências da escola deve ser feita fora do horário de aulas, na ausência dos alunos.
- Obras, pinturas, detetizações devem ser programadas para o período de férias. - A sala de aula deve ser bem ventilada.
- O fumo não deve ser permitido nas dependências da escola
- Na criança pré escolar e nas aulas de artes, deverá ser dada preferência pela utilização de tintas e substâncias com pouco odor,
- Evitar uso de cortinas nas salas de aula e, se necessárias, lavá-las periodicamente - Ventiladores deverão ser limpos diariamente com pano úmido
- Usar quadro branco. Caso use giz, a limpeza deve ser feita utilizando-se pano úmido.
Fonte: ASBAI