A Rinite alérgica pode se confundir com resfriados e gripes, pois seus sintomas são semelhantes: espirros em série, coriza abundante, nariz sempre escorrendo, congestão nasal. Coça o nariz e coçam os olhos, ouvidos, garganta. Contudo, são doenças bem diferentes.
É verdade que quem tem rinite espirra, mas não está gripado ou resfriado. É uma doença herdada, ou seja, tem origem genética. Por isso, outras pessoas têm alergia na família. Mas, para que a doença apareça, a genética interage com o ambiente, resultando na doença.
Os casos de rinite aumentaram muito nos últimos anos, em função de vários fatores:
- Maior poluição;
- Modificação das residências,
- Mudança do estilo de vida,
- Menor tempo de permanência ao ar livre, entre outros.
Até o aumento da violência urbana contribui, pois o medo faz com que as crianças fiquem mais tempo dentro de casa, aumentando o convívio com os ácaros e outros fatores causadores do problema.
Crianças e adultos passaram a ter mais rinite: calcula-se que hoje cerca de 30% da população tenha a doença. Na América Latina, 67% da população têm rinite. A doença é hoje uma preocupação mundial e tornou-se um problema de saúde pública: a maioria das pessoas refere ter sua qualidade de vida prejudicada devido à obstrução nasal.
Engana-se quem pensa que a rinite é uma doença sem importância!
Na verdade, os sintomas nasais repetidos podem incomodar bastante e prejudicar a vida da pessoa, seja criança ou adulto. Assim, com o passar do tempo, não apenas o nariz sofre, mas a doença passa a acometer outros locais vizinhos: seios da face, olhos, ouvidos, garganta, pulmões. E assim o problema vai crescendo.
A complicação mais comum da rinite é a sinusite e com ela, vem a tosse, com piora à noite que não deixa ninguém dormir, nem o alérgico nem sua família. Noites angustiantes por conta do incômodo da tosse.
Crianças ou adultos portadores de rinite tendem a dormir de boca aberta, acarretando roncos, insônia e desconforto para toda a família. Com o descanso prejudicado, a pessoa já acorda irritada, sensível, tendo dificuldade em se concentrar na escola ou no trabalho. É comprovado que o rendimento escolar e no trabalho é menor nos portadores de rinite alérgica.
O apetite cai, a criança come com dificuldade, mais devagar e rejeita alimentos sólidos. Cansa fácil nas brincadeiras e não tem ânimo para acompanhar os amigos.
A criança portadora de rinite tende a ter infecções respiratórias repetidas, necessitando uso repetido de antibióticos, gerando preocupação em seus pais.
Cerca de 60% das crianças que usam aparelho dentário são portadoras de rinite alérgica, chamando a atenção para a alteração da dentição em função da obstrução nasal persistente e da respiração alterada.
Outro engano é pensar que a rinite é uma doença de inverno. Não, ela piora nesta fase, mas tem alta incidência o ano inteiro. Por isso, o tratamento deve ser mantido de forma permanente e não apenas nas crises.
Tratar a rinite engloba vários cuidados:
- Uso de remédios aliviadores, para tratar os sintomas já instalados. Os antialérgicos (antihistamínicos) estão indicados, preferindo-se os mais modernos, não sedantes.
- Uso de remédios controladores, atuando na inflamação nasal e proporcionando condições para evitar crises. Os corticóides inalados em spray para uso nasal são indicados para este fim. Estes medicamentos são formulados de maneira especial que permite seu uso a longo prazo, com poucos efeitos colaterais.
- Imunoterapia específica com aeroalérgenos estará indicada nos casos onde a alergia for comprovada.
- Controle ambiental contra ácaros e outros fatores agravantes que possam piorar a doença.
Fonte: blog da alergia