A asma é uma doença comum na infância, em geral começando precocemente e relacionada com a alergia em grande parte dos casos. É conhecida popularmente como ?bronquite?, ou como: ?bronquite alérgica? ou ?bronquite asmática?. No Brasil, a asma é uma grande causa de hospitalizações entre crianças e adolescentes, exercendo forte impacto na qualidade de vida, podendo interferir na capacidade física, nas brincadeiras, na prática de esportes, na frequência às aulas e no relacionamento social.
A asma tem causa genética, mas também sofre interação com fatores múltiplos: ambientais, pessoais, alergênicos, entre outros.
Sintomas da asma
Os principais sintomas são: falta de ar (dispneia), chiados no peito (sibilos), sensação de aperto no peito e tosse. Estas queixas são episódicas podendo surgir por motivos variados, como por exemplo: mudanças de tempo, gripes e resfriados, exposição à alérgenos (poeira, pelos de animais, mofo), irritantes (fumaça, cheiros ativos), entre outros. Uma parcela de crianças pode ter crises após exercícios físicos. Boa parte dos pacientes tem piora de sintomas pela manhã e à noite, ficando melhor durante o dia.
As crises podem ser discretas, sintomas leves, bem como moderadas ou intensas. Nos casos graves, pode ocorrer dificuldade na fala, vômitos, alterações de consciência. Algumas crianças podem apresentar apenas tosse, sem chiados ou falta de ar aparentes, tendo um tipo chamado: ?Asma ? variante tosse?.
Como saber se uma criança tem asma?
Não há um exame definitivo para o diagnóstico da asma na infância. A base é a avaliação clínica feita pelo médico, em especial nos bebês e crianças pequenas.
Contam pontos nesta avaliação: análise dos sintomas - se persistentes ou intermitentes, variações diurna e noturna, história familiar e pessoal de atopia, condições escolares, de moradia, etc. A associação dos sintomas com a rinite (alergia nasal) e com eczema (alergia na pele) fortalece o diagnóstico.
O uso de sinônimos para asma e a ausência de chiados (sibilos) na consulta podem dificultar o reconhecimento da doença.
Tratamento da asma na infância
A base da asma é a inflamação dos brônquios. Por isso, o tratamento tem objetivo de combater esta inflamação e controlar a doença. Que fique bem claro: tratar asma não é tratar apenas as crises!
A principal meta do tratamento é controlar os sintomas e manter este controle pelo maior tempo possível, prevenindo novas crises. Os medicamentos para asma podem ser divididos em dois grupos: medicamentos aliviadores e medicamentos para controle da asma. Mas, não cabe aqui discutir sobre os remédios, mas sim sobre os aspectos envolvidos no tratamento, já que... Tratar asma não é só com remédios!
Princípios básicos sobre o tratamento da asma
? Aprender sobre a doença e como eliminar os fatores que podem provocar crises. Vale ressaltar que na infância, estes fatores são variáveis. Por isso, a família e o paciente (no caso de crianças maiores e adolescentes) devem ser orientados para reconhecê-los. Ácaros da poeira domiciliar são a causa mais comum de alergia respiratória na infância. Por isso, cuidados na limpeza de casa, em especial do quarto de dormir, colchões e travesseiros são essenciais. Orientar familiares para não fumar dentro de casa, mesmo que a criança não esteja perto.
? É importante que a criança (ou seus responsáveis) conheça os sinais de piora e perda de controle da doença, estimulando o manejo precoce, evitando crises graves e hospitalizações.
? Combater mitos e preconceitos! Cada vez mais se comprova a importância da medicação inalada com o propósito de obter um efeito rápido, eficaz e com menores efeitos colaterais. Em princípio, os sprays (as famosas ?bombinhas?) são os dispositivos mais adequados para uso infantil.
? Tratar a rinite, que está associada na maior parte dos casos de asma infantil. Vale ressaltar que a rinite não tratada impede a melhora e agrava a asma. Corrigir as infecções, a respiração bucal e outras comorbidades da rinite, que agravam o problema.
? A imunoterapia (vacina de alergia) está indicada nos casos onde a alergia é comprovada, sendo o único tratamento capaz de modificar a história natural da doença, melhorar o controle e diminuir a necessidade de medicamentos a longo prazo. A criança deve retornar periodicamente ao seu alergista, mesmo que esteja bem, para acompanhamento do controle da doença e para eventuais ajustes no tratamento.
O asmático que tem sua doença sob controle adequado, pode ter uma vida normal, participar das brincadeiras e atividades esportivas normalmente.
Fonte: http://blogdalergia.blogspot.com.br/2013/11/asna-na-infancia.html