A asma é uma doença que teve um aumento significativo de sua prevalência nas ultimas décadas. Hoje, cerca de 300 milhões de pessoas são portadoras de asma, em todo o mundo.
Mas, a asma não se manifesta de forma igual em todos: pode variar desde casos leves e esporádicos, até crises graves e ameaçadoras à vida. Felizmente, a maioria dos casos pode ser controlada eficazmente com o tratamento padrão. Contudo, um pequeno grupo de pessoas pode permanecer com os sintomas de asma, apesar da medicação adequada, sendo consideradas de difícil controle.
Mas, não é fácil definir o que é uma asma de difícil controle.
Em primeiro lugar, é preciso diferenciá-la de uma asma mal controlada, ou seja aquela onde o tratamento não está adequado e/ou onde existe associação com outras doenças ou certas condições podem causar ou agravar a asma, dificultando a melhora. Por exemplo, doenças pulmonares crônicas (bronquite e enfisema); sinusites; doença do refluxo; fatores ambientais (ácaros da poeira, mofo, pelo de animais); fumaça de cigarro; certos medicamentos (AAS, beta-bloqueador) e problemas sócio-econômicos podem estar envolvidos no fracasso do controle da asma, devendo ser identificados e afastados.
Por tudo isso, a base para se tratar a asma é educar o paciente. Se o próprio asmático (ou sua família) desconhece a doença, não entenderá os cuidados que deve ter, dificultando sua adesão ao tratamento. É de suma importância que exista diálogo e uma boa relação entre o médico e o paciente para se atingir sucesso. Cada consulta deve ser uma oportunidade para esclarecer dúvidas, mitos e preconceitos.
A primeira dificuldade é convencer uma pessoa que precisa se tratar mesmo quando não está sentindo nada. A tendência é largar os remédios assim que se sente bem.
Uma segunda barreira é o preconceito contra bombinhas e com a cortisona: o esclarecimento das dúvidas sobre os remédios certamente resultará na segurança necessária para cumprir o tratamento.
Como toda doença crônica, a asma requer exame clínico regular, monitoramento do uso correto da medicação e avaliação a cada consulta do nível de qualidade de vida. A baixa adesão influencia diretamente no mau controle da asma, explicando porque muitos pacientes abandonam, parcialmente ou totalmente, o tratamento.
Tratamento da asma:
O tratamento da asma engloba duas etapas:
1)Tratar as crises
2)Controlar a doença e prevenir crises
Alguns medicamentos são aliviadores e devem ser usados apenas nas crises. Mas, os mais importantes são os remédios de manutenção, ou seja, aqueles que atuam na infalamação dos brônquios e assim controlam a asma, prevenindo as crises.
Tratar asma não é apenas tomar remédios:
Para se obter o melhor controle possível da asma é preciso, além do uso correto da medicação, manter outros cuidados:
- Combater ácaros da poeira no domicílio
- Pesquisar e combater outros fatores agravadores da doença
- Tratar alergia nasal (rinite, sinusite)
- Combater outras doenças que possam agravar a asma (por exemplo, refluxo gastro esofágico, fatores psicológicos e/ou psiquiátricos, entre outros.
- Combate ao fumo na família, no ambiente de casa e do trabalho.
- Tratar a alergia através da Imunoterapia específica (vacina para alergia)
- Reabilitação respiratória: através da fisioterapia respiratória e pela prática de atividades físicas compatíveis com cada caso.
- Educar pacientes e familiares cobre a asma.
Os casos mais graves, que não responderam ao tratamento tradicional, podem ser indicados para uso do Omalizumabe, uma medicação específica para estes casos. Mas, é uma medicação de alto custo, prescrita apenas para aqueles que preencham os requisitos para sua indicação e de aplicação em ambiente hospitalar. Pesquisas mostraram que o uso de Omalizumabe conseguiu controlar as crises de asma, reduzir o uso de cortisona oral, diminuir o número de internações e melhorar a qualidade de vida da maioria dos pacientes.
Se você não está com sua asma controlada, fale com seu médico e peça uma nova avaliação do seu caso.
O tratamento adequado da asma visa:
- Atingir e manter o controle dos sintomas
- Evitar crises de asma
- Permitir a prática de atividades físicas
- Evitar que as medicações usadas causem efeitos colaterais
- Evitar internações
- Evitar mortalidade por asma
Fonte: Blog da Alergia - http://blogdalergia.blogspot.com/