Quando se fala em alergia a animais, muitos associam a causa do problema aos pelos ou às penas. Mas isso não é 100% verdade. Na realidade, o maior vilão desse problema é o grande aumento de ácaros no ambiente causado pela presença dos bichos de estimação. Isso ocorre porque, além de pelos, os bichinhos soltam muita pele e o ácaro, que se alimenta desses fragmentos, procria aceleradamente.
95% dos casos de alergia a animais são causados por ácaros, e não por pelos ou penas.
De acordo com o dr. Hélio Schainberg, médico do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e especialista no assunto, 95% dos casos, na cidade de São Paulo são causados por ácaros, e não por pelos ou penas.
Alergia a animaisOs outros 5% têm como uma das causas o pelo dos animais. Já com os gatos, a causa pode estar também na saliva do animal. O bichano se lambe muito e as partículas (proteínas) alergênicas presentes na saliva ficam impregnadas na pele e no pelo, provocando reações alérgicas nas pessoas sensíveis, explica o dr. Schainberg.
Primeiros sinais
Para que os sintomas se manifestem, não é preciso contato direto com o bicho. Um encontro com seu dono ou com pessoas que brincam com ele pode ser suficiente para disparar os primeiros sinais de irritação. Quem tem predisposição à alergia, com o tempo de contato pode se sensibilizar e então passar a ter sintomas, afirma a dra. Cristina Kokron, alergista do HIAE. Além disso, no caso dos gatos, o dono pode levar o alérgeno na roupa e desencadear ou acentuar a crise em quem sofre do problema.
De modo geral, esse tipo de mal tem componente genético. Os médicos afirmam que, se um membro da família é alérgico, os descendentes têm 50% de probabilidade de ter o problema. Se forem dois familiares, o risco dos demais parentes diretos sobe para 75%, afirma o dr. Schainberg.
Se forem dois familiares, o risco dos demais parentes diretos desenvolverem alergia sobe para 75%
Quanto aos sintomas, podem ocorrer alergia na pele, congestão nasal, coceira, espirros, coriza, rinite, asma e conjuntivite. Há também a possibilidade, embora rara, de desencadear anafilaxia reação alérgica rápida e grave, com sintomas cutâneos, respiratórios, digestivos ou circulatórios e até choque anafilático, decorrente de queda da pressão arterial, taquicardia e distúrbio de circulação sanguínea, podendo ser acompanhado do fechamento das vias respiratórias.
Quem tem alergia crônica e intensa deve ter sempre o contato de um especialista de confiança ou um clínico geral, pois caso ocorra uma crise aguda grave poderá ser necessário tomar atitudes rápidas e até encaminhar o paciente ao pronto-socorro, afirma o dr. Schainberg.
A importância do controle
É possível a convivência entre bichos de estimação e pessoas alérgicas. Basta, é claro, verificar a gravidade do problema e tomar algumas medidas preventivas. O animal é importante para o desenvolvimento da criança e faz as vezes de companheiro para adultos e idosos. Simplesmente tirá-lo da vida da pessoa nem sempre é a melhor saída, alerta o dr. Schainberg. Para começar, é preciso dar banho no bichinho pelo menos uma vez por semana. Assim você diminui a quantidade de pele e de pelos que caem no ambiente e de saliva (no caso dos gatos).
Outro ponto essencial é deixar o bicho de estimação dormindo no quintal ou na área de serviço. Ele deve ficar por pouco tempo nas áreas comuns. Vale, nesse caso, aderir aos passeios pela vizinhança, para que o animal tenha espaço e faça exercícios. E, o mais importante, varrer ou aspirar o pó diariamente e higienizar a casa, uma ou duas vezes por mês, com aspirador de pó os melhores são equipados com filtro de água para eliminar ácaros.
Para fazer o diagnóstico de alergia, é preciso ter em mente o histórico familiar. É fundamental também realizar teste cutâneo e exame de sangue para identificar o agente causador. E, como parte do tratamento, são recomendados pelos médicos apenas métodos tradicionais, como corticoide nasal, descongestionante oral e antialérgico. Em alguns casos, pode ser indicada a imunoterapia específica, ou seja, vacina contra o fator desencadeante, afirma a dra. Cristina.
Fonte: Sociedade Beneficente Israelita Brasileira - Hospital Albert Einstein
Link: http://www.einstein.br/espaco-saude/em-dia-com-a-saude/Paginas/alergia-a-animais.aspx